segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ocupando o volume do recipiente

Essa coisa de ‘eterno’ nem me agrada muito;
eu me sinto plagiando Shakespeare ou Vinícius de Moraes.
‘Fim de sabadão’ também;
eu me sinto uma abstinente na micareta ou apelativa num baile funk
Mas
Eu tenho um ‘q’ de literal
e eu até que sou bem chegada num ‘arroxé’ e num Mc Ão.
A gente se adequa de acordo com o humor,
ou de acordo com a ocasião.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

E por que não?

Cadê gente que não liga pra pés no chão?
Que diabos há em se descruzar os braços e ver até quando o vento pode movimentá-los?
Que raio de pressuposto que as coisas só dão certo com gente certa!
Quem disse que eu não posso ser eu mesma e me sentir outra pessoa ao mesmo tempo?
E se eu quiser ser livre sem ter que ser de todo mundo?
Vamos deixar dessas coisas todas,
chega mais perto que a gente sabe o que faz.

sábado, 10 de abril de 2010

Nessa rua tem um bosque que se chama solidão

Se as escolhas se as escolhas fossem minhas,
Eu mandava eu mandava te buscar
Desse jeito desse jeito meio torto,
Só pra ouvir só pra ouvir você assobiar
Que aperto que aperto na garganta
Que me dá que me dá só de lembrar
De você entrando você entrando pelo portão
Estralando os dedos com o short velho de pescar.

‘Aqueles cinco minutos de colo pra ouvir cantigas fizeram de mim poetinha fingida.
Abriria mão de falar de amores se eu tivesse cinco minutos durante toda a vida no colo seu. ’

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tchau e bença

(Primeiramente, que fique claro: muitos dos meus rabiscos são oriundos de coisas que me fizeram cerrar os dentes por revolta...
Mas há quem concorde que, em momentos assim, quando não se pode procurar certa gentinha e enfiar-lhe o dedo na fuça, o que resta é tentar falar alguma coisa pra desentortar a sobrancelha, então, eu escrevo.)
Paciência é virtude mas se for pra aceitar certas mesquinharias, eu sou uma pessoa desprovida de qualidades morais. Sempre tem um membro de manada que acha que encontrou vida produtiva pra meter a napa. Tenha dó... Haja tal santa virtude!
Amores meus, eu não necessito de palpiteiros e nem contadores de piadas. Se eu precisar de alguém para dizer se eu devo usar moletom ou mini-saia, se eu devo ser estúpida ou delicada, eu sei a quem recorrer.
Pena que às vezes eu tenho que engolir a seco alguns, que vontade eu tenho de mandar todos irem a merda, e que feliz seria eu se todos, deveras, caçassem seu rumo pra lá!

Eu-blocodeconcreto

Esses 17 anos me impuseram que é menos doloroso ser esse bloco de concreto. Ser sempre um abrigo pra esse mundão e quando eu não mais agüentar, apelar pra essa almofada velha em cima da cama que não suja de poeira, suja de maquiagem.

Eu não tenho telefones de psicólogos mas se existisse um disk-anônimo, eu talvez nem usasse mais papel pra falar que meu peito quer estourar.

Eu queria mesmo é ter parque pra ver ipês e uma companhia que não usasse coleiras. Ou ouvir aquela música escondida com medo de parecer barangamente apaixonada mas sorrir de boba no refrão mesmo assim.

Ninguém nunca me abandonou e eu nunca fugi de casa por trauma de adolescência, mas eu acostumei falar dessa coisa de suspiros como se eu não pudesse dar muita importância.

Pois olhe, como pode eu aqui com essas melancolias de quinta? Eu tenho pouco tempo pra ser frágil em exagero, eu fui programada para suportar bofetadas.

Eu consigo fazer o tempo passar mais devagar pra sentir cheiro, pra diferenciar sons de rua, pra ver criança correr atrás de bola em avenida principal. Eu decoro olhos e curvas de boca.

Esses 17 anos me presentearam com um bocado de coisas que gente de 40 não sabe o que é, mas pra eu saber disso eu precisei, várias vezes, ter que me sentir menos gente e mais bloco de concreto.